terça-feira, 20 de agosto de 2013

Diálogos sobre a diversidade


Diálogos sobre a diversidade

País-continente caracterizado pela diversidade cultural, o Brasil é uma grande salada étnica que liquidifica o conjunto de símbolos indígenas com as tradições africanas e os costumes do homem branco europeu. Mesmo após cinco séculos, os ingredientes dessa mistura – vista no exterior como algo exótico – ainda é uma incógnita para a maioria dos tupiniquins, um desconhecimento da própria origem que aflora sob a forma de intolerância e preconceito. Para iluminar os caminhos que revelam a essência desse Brasil tropical, dois livros reúnem uma série de estudos e pesquisas que dialogam com a  temática: “Um Barco: experiências etnográficas e diálogos com as culturas populares” e “Da minha folha: múltiplos olhares sobre as religiões afro-brasileiras”.
Adriano AbreuPara o professor de antropologia Luiz Assunção, as obras trazem discussões que objetivam desconstruir o preconceito que existePara o professor de antropologia Luiz Assunção, as obras trazem discussões que objetivam desconstruir o preconceito que existe

Os títulos, ambos organizados pelo professor Luiz Assunção, do Departamento de Antropologia da UFRN, serão lançados nesta terça-feira, às 18h, na livraria Cooperativa Cultural, Centro de Convivência da Universidade Federal. Apesar do teor acadêmico do conteúdo, os textos são trabalhados para chegar de forma acessível ao grande público. “São discussões necessárias para desconstruir o preconceito que existe”, adiantou.

Assunção coordena o Grupo de Estudos sobre Culturas Populares, criado há mais de uma década na UFRN, cujos alunos e ex-alunos da base de pesquisa assinam coletivamente “Um Barco...”: “Esse livro reúne os trabalhos mais significativos desenvolvidos nesses treze anos de pesquisas. Os temas são diversos e vão desde a reflexão sobre o fazer teatral presenta no Fandango de Canguaretama até uma análise do conflito que há entre a igreja e os administradores leigos do santuário católico ‘As Covinhas’ em Rodolfo Fernandes. O campo é aberto”, avisa.

Além dos estudos sobre assuntos localizados dentro dos limites geográficos do Rio Grande do Norte, “Um Barco...” também inclui pesquisas sobre temas vindos na bagagem de alunos de Pernambuco, Paraíba, Piauí, Bahia e Ceará que também participam do Grupo de Estudos sobre Culturas Populares coordenado por Luiz Assunção.

Visibilidade afro

Já o livro “Da minha folha: múltiplos olhares sobre as religiões afro-brasileiras” é fruto de cinco anos de trabalho de Luiz Assunção junto a Faculdade de Teologia Umbandista de São Paulo. A compilação de estudos é dedicada, como bem sugere o título, à religião afro, e apresenta a pluralidade desse campo religioso e traz discussões tanto de teólogos como de pesquisadores. “Em geral grande parte das pessoas desconhecem a cultura e as práticas culturais de toda uma população que enfrenta o preconceito por, muitas vezes, defender e preservar costumes e tradições que fizeram e fazem parte da construção do que somos hoje enquanto nação. Gente que enfrenta a falta de oportunidades de trabalho e até a dificuldade de moradia”, destacou o professor.

Para ele, a “não visibilidade” das manifestações afro-brasileiras, a intolerância das instituições e a falta de interesse dos meios de comunicação em esclarecer certos aspectos contribuem para aumentar um preconceito que enfraquece todo um conjunto secular de conhecimento.

Mãe Nem

Como exemplo de auto-exclusão, ocasionado pela intolerância religiosa, algo que beira o inexplicável em um país plural como Brasil, Luiz Assunção lembra que a zona Norte de Natal concentra cerca da metade dos terreiros e centros de Umbanda e Candomblé – movimento ocasionado pela ‘expulsão’ que inviabilizou a continuidade das atividades em outros bairros. “Foram sendo empurrados para a periferia, e hoje também sofrem pressão por lá”.

Ele explicou que em Natal há um predomínio da linhagem Queto, vinda da Bahia, hoje hegemônica sobre a linha Nagô pernambucana: “Não que isso seja bom ou ruim, longe disso, não estamos aqui tratando de comparar uma linhagem com a outra, afinal as duas são fontes para nossas pesquisas. O que buscamos é entender a dinâmica desses movimentos e uma das explicações está no impulso da mídia vinda da Bahia”.

Dentro dessa temática, Luiz Assunção comemora a recente homenagem à Mãe Nem, de 78 anos, entre as pioneiras do Candomblé Nagô em Natal, contemplada com a medalha Deífilo Gurgel do Mérito Cultural oferecida pela Fundação José Augusto. “É importante esse tipo de reconhecimento, independente da linha (se Nagô ou Queto), para a valorização de toda uma população que luta pela manutenção de suas/nossas origens”.

Serviço: Lançamento dos livros “Um Barco: experiências etnográficas e diálogos com as culturas populares” (EDUFRN, R$ 20) e “Da minha folha: múltiplos olhares sobre as religiões afro-brasileiras” (Arché, R$ 30), organizados pelo professor Luiz Assunção. Hoje, às 18h, na livraria Cooperativa Cultural da UFRN.

Morre estudante que foi baleado quando ia à escola

O estudante Yuran Clisma da Costa dos Santos, de 14 anos, baleado na manhã desta terça-feira (20), no Conjunto Panatis, morreu por volta das 10h40 de hoje. O adolescente não resistiu aos ferimentos e, mesmo após trabalho dos médicos do hospital Santa Catarina, faleceu devido ao tiro que sofreu na região do tórax. 
Aluno foi alvejado quando chegava à escola estadual Josino Macedo
Yuran Clisma era aluno da Escola Estadual Josino Macedo, do Panatis, e foi baleado quando chegava para assistir aulas. Por volta das 7h10, um homem sem camisa, em uma bicicleta, e usando boné vermelho abordou o adolescente e efetuou os três disparos, com um acertando o tórax e perfurando órgãos. O bandido fugiu e passou em frente à Josino Macedo, enquanto Yuran Clisma foi socorrido por populares.


No hospital, o adolescente precisou receber sangue durante o procedimento cirúrgico, que durou mais de duas horas. No entanto, o hospital confirmou o falecimento do estudante, que não resistiu aos ferimentos.

O estudante era filho único e não tinha passagem pela polícia. A mãe do adolescente, que preferiu não se identificar, foi até a delegacia de Plantão da Zona Norte onde presta queixa sobre o caso e disse que acredita na ligação da morte com a morte de outro adolescente na semana passada. Ela desconfia que pode haver ligação entre os crimes porque o filho disse que desconfiavam que ele estivesse envolvido na morte de jovem de torcida organizada.  

Ainda não há a confirmação sobre qual delegado da Polícia Civil vai tomar frente do caso.

Insegurança

De acordo com a mãe de Yuran Clisma, o adolescente estava com medo de ir à escola porque já seria alvo de criminosos. Antes do homicídio de hoje, o estudante, segundo a mãe, já teria sido ameaçado e sofrido tentativa de homicídio, o que fez com que Yuran Clisma deixasse de ir à aula em algumas oportunidades. O estudante pretendia retornar hoje às aulas.

Na escola, a direção decidiu suspender as aulas após o incidente. Segundo o diretor da instituição, João Varela, os crimes são constantes nos arredores da escola, apesar da presença da Ronda Escolar. Para se proteger de criminosos, a escola conta com 25 câmeras de segurança, mas nenhuma dela na parte externa do prédio.

Sobre Yuran Clisma, o diretor explicou que o aluno tinha dificuldades em acompanhar a turma e que já havia repetido de ano. O jovem cursava o 6º ano, na turma B, e tinha um comportamento considerado satisfatório. "Ele dava trabalho para estudar, mas não se envolvia em badernas ou atos de violência na escola", disse o diretor, apesar de relatar que havia informações sobre o uso de drogas por parte de Yuran fora da escola.

Escola vai discutir situação de aluna


Escola vai discutir situação de aluna

Publicação: 20 de Agosto de 2013 às 00:00

Rafael Barbosa - Repórter

A direção da Escola Estadual Belém Câmara vai tentar, junto ao Conselho Escolar, a transferência da estudante de 15 anos, do 7º ano da escola, que ameaçou uma professora em sala de aula. O fato aconteceu na sexta-feira, 16, será investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento ao Adolescente (DEA). A adolescente que confessou ter levado a arma para a Belém Câmara permanece em liberdade, sob a custódia da mãe.
Adriano AbreuCom 552 alunos, a Belém Câmara, na Cidade da Esperança, teve dia normal de aula nesta segundaCom 552 alunos, a Belém Câmara, na Cidade da Esperança, teve dia normal de aula nesta segunda

A escola no bairro da Cidade da Esperança, onde 552 alunos estão matriculados, manteve expediente normal no dia de ontem. O único cancelamento promovido pela coordenação foi no sábado, quando haveria uma festa dos estudantes. Jailson Josué Amorim, diretor da instituição de ensino, disse que já foi procurado por cinco pais de alunos diferentes, que exigiram a revista nas bolsas das pessoas que circulam no prédio.

“Mas ainda vamos debater a viabilidade desta medida. Seria necessário que os responsáveis pelos jovens assinassem um documento permitindo a ação”, explicou Jailson Amorim. Na tarde desta  terça-feira, 20, direção, pais e Secretaria de Educação, através do Núcleo de Educação para Paz nas Escolas, vão se reunir para definir as providências a serem tomadas.

João Maria de Moura, diretor do Núcleo, disse que as reuniões acontecem rotineiramente, mas esta que ocorre hoje trata de forma específica do ocorrido na sexta passada. “Vamos ver as demandas dos pais para saber o que podemos fazer quanto a esses anseios”, explicou. Com relação à segurança, Jailson Josué disse que nada foi mudado. “O Governo retirou os guardas patrimoniais das escolas. Temos aí dois porteiros pela manhã e um à tarde. E a Ronda Escolar também continua circulando por aqui, como sempre fez”, relatou o diretor da escola Belém Câmara.

O delegado Pedro Paulo Falcão, da Delegacia de Plantão Zona Sul, disse que encaminhou o processo ainda na sexta-feira para a DEA. Falcão realizou a primeira oitiva com a garota, quando ela confessou ter levado o revólver para a escola para “dar um susto” na professora Norma Suely. Do outro lado, a educadora afirmou ter sido ameaçada de morte pela estudante. A delegada Adriana Shirley, titular da DEA, confirmou que ainda não recebeu o inquérito.

Ronda Escolar reduz violência na escola

Desde que foi implementada, em 2010, a Ronda Escolar da Polícia Militar atendeu 320 ocorrências, sendo 136 dessas ações violentas. O programa foi criado com o intuito levar segurança para as proximidades das escolas, visando minimizar  a ocorrência de crimes nesses locais. E tem conseguido.

O major Arthur Emílio confirmou que a média mensal de ocorrência, por ano, tem caído desde que a Ronda começou a atuar. De 7,14 em 2010 passou para 3,1 no ano passado. Nesse período houve redução de 56,5% na média mensal.

“Na semana passada registramos essa mais grave na Cidade da Esperança, mas não é rotineiro”, confirmou. O programa atende a 421 escolas, entre instituições federais, estaduais, municipais e particulares, nas quatro regiões de Natal. As estaduais são responsáveis pela maioria das ocorrências, atingindo a patamar de 45% do total, e é na zona Leste onde acontecem a maioria delas, 35% dos casos.

Memória

Com um revólver calibre 38, carregado, em mãos, a estudante de 15 anos da Escola Estadual Belém Câmara, no bairro Cidade da Esperança, Zona Oeste de Natal, ameaçou a professora de matemática Norma Suely, de 51 anos. Após ser impedida de atirar na educadora por um guarda patrimonial, ela disparou acidentalmente contra o próprio pé. A professora não teve ferimentos e a adolescente foi levada ao pronto-socorro Clóvis Sarinho, onde recebeu atendimento. O incidente ocorreu às 13h30 da sexta-feira,16, e o motivo teria sido uma discussão no dia anterior. Na delegacia, a garota disse que não tinha intenção de matar Norma Suely, mas sim “dar um susto”, e declarou-se arrependida. De acordo com o delegado Pedro Paulo Galvão, a adolescente foi autuada por ameaça e porte ilegal de arma. Após ser ouvida, ela foi encaminhada para fazer exame do corpo de delito no Instituto Técnico Científico de Polícia (Itep). Em seguida foi liberada.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Rn vida Vida na Qualidade de Vida e Saúde do Servidor

Palestra de Sensibilização e prevenção às drogas na Secretaria de Administração em comemoração ao dia dos pais com o professor João Maria Mendonça de Moura - NEEPEDH

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Agosto da Alegria será celebrado pela Educação

 

Agosto da Alegria será celebrado pela Educação


A Secretaria de Estado de Educação lançou seu cronograma de atividades que farão parte do Agosto da Alegria, festival realizado pela Secretaria de Cultura e Fundação José Augusto que durante o mês de agosto oferece programação diversificada, com exposições, apresentações folclóricas, shows musicais, lançamentos de livros e intervenções culturais.
As atrações estarão dividas entre os palcos do Teatro Alberto Maranhão, Teatro de Cultura Popular (FJA), Auditório Angélica de Moura (SEEC), ginásios espalhados por Natal, Pinacoteca, e a Biblioteca de Santarém. “Nosso público será os alunos da rede estadual, comunidade escolar e demais interessados, afinal como se trata de eventos abertos esperasse que um número grande de pessoas acompanhem as apresentações que faremos” explicou Geruza Câmara, coordenadora de Arte e Cultura da SEEC, ao falar da expectativa de público presente.
As cidades de Lajes, Caíco, Mossoró também receberão intervenções culturais como incentivos a leitura, apresentação de poesias, Pastoril, recitais, teatros abertos e oficinas teatrais, todas as ações realizadas com o apoio da Secretaria de Educação.
Em Natal os ginásios Valera Barca (Zona Norte), Berilo Wanderley (Zona Sul), Ginásio da Cidade da Esperança (Zona Oeste) e o Sílvio Pedrosa (Zona Leste) serão sede de encontros e apresentações, assim como o pátio da Pinacoteca do estado (antigo Palácio do Potengi) e no auditório da Biblioteca Escolar Américo de Oliveira Costa (Biblioteca de Santarém) serão utilizados pelo festival.

Durante este mês a Secretaria de Educação estará divulgando as atrações, datas e horários por meio do seu site e twitter (@Seecrn) de acordo com a proximidade dos aventos.

Inscrições para Jovem Senador encerra-se dia 23

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Inscrições para Jovem Senador encerra-se dia 23

 

As inscrições para o Concurso de Redação do Senado, este ano com o tema “Buscar voz para ter vez: cidadania, democracia e participação”, estão abertas até 23 de agosto, data final para envio da redação selecionada pela escola à Secretaria Estadual de Educação do RN.
Uma banca formada por técnicos da Secretaria de Educação selecionará a melhor redação entre as enviadas pelas escolas e a remeterá ao Senado, que classificará os finalistas. O resultado será divulgado no dia 8 de outubro.
Os autores das 27 melhores redações — um por unidade da Federação — serão automaticamente selecionados para participar do Projeto Jovem Senador em Brasília, onde poderão vivenciar o processo de discussão e elaboração de leis, simulando a atuação dos senadores da República.
 
A legislatura dura três dias e se inicia com a posse dos jovens senadores e a eleição da Mesa. Os trabalhos são encerrados com a aprovação dos projetos na ordem do dia e a consequente publicação no Diário Oficial do Senado Federal.
Podem participar do concurso de redação e do Projeto Jovem Senador alunos de até 19 anos do ensino médio das escolas públicas estaduais e do Distrito Federal. De 2008 a 2010, houve apenas o concurso de redação. A partir de 2011, os 27 finalistas passaram a exercer o mandato em Brasília.
A Secretaria de Estado de Educação do Rio Grande do Norte é parceria no projeto desde a primeira edição, em 2008 (Na foto os coordenadores esatduais Rômulo Gurgel e Verá Reis diplomam a secretária Betania Ramalho pela cooperação no projeto). De lá para cá o concurso já revelou jovens promissores nas áreas da educação, política, causas sociais e protagonismo juvenil.
Confira o depoimento de Rômulo Gurgel, um dos coordenadores do RN no projeto Jovem Senador. No vídeo o coordenador fala da importância e ganhos que o projeto proporciona aos participantes.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Revista Escola - Bullying


1. O que é bullying?
Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.
"É uma das formas de violência que mais cresce no mundo", afirma Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz (224 págs., Ed. Verus, tel. (19) 4009-6868 ). Segundo a especialista, o bullying pode ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, vizinhança e locais de trabalho. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa.
Além de um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, crianças e adolescentes que passam por humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podesm apresentar doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade. Em alguns casos extremos, o bullying chega a afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio.

2. O que não é bullying?
Discussões ou brigas pontuais não são bullying. Conflitos entre professor e aluno ou aluno e gestor também não são considerados bullying. Para que seja bullying, é necessário que a agressão ocorra entre pares (colegas de classe ou de trabalho, por exemplo). Todo bullying é uma agressão, mas nem toda a agressão é classificada como bullying.
Para Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para ser dada como bullying, a agressão física ou moral deve apresentar quatro características: a intenção do autor em ferir o alvo, a repetição da agressão, a presença de um público espectador e a concordância do alvo com relação à ofensa. ''Quando o alvo supera o motivo da agressão, ele reage ou ignora, desmotivando a ação do autor'', explica a especialista.

3. O bullying é um fenômeno recente?
Não. O bullying sempre existiu. No entanto, o primeiro a relacionar a palavra a um fenômeno foi Dan Olweus, professor da Universidade da Noruega, no fim da década de 1970. Ao estudar as tendências suicidas entre adolescentes, o pesquisador descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça e que, portanto, o bullying era um mal a combater.
A popularidade do fenômeno cresceu com a influência dos meios eletrônicos, como a internet e as reportagens na televisão, pois os apelidos pejorativos e as brincadeiras ofensivas foram tomando proporções maiores. "O fato de ter consequências trágicas - como mortes e suicídios - e a impunidade proporcionaram a necessidade de se discutir de forma mais séria o tema", aponta Guilherme Schelb, procurador da República e autor do livro Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil.

4. O que leva o autor do bullying a praticá-lo?
Querer ser mais popular, sentir-se poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo. Isso tudo leva o autor do bullying a atingir o colega com repetidas humilhações ou depreciações. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir. Pelo contrário, sente-se satisfeito com a opressão do agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima.
''O autor não é assim apenas na escola. Normalmente ele tem uma relação familiar na qual tudo se resolve pela violência verbal ou física e ele reproduz isso no ambiente escolar'', explica o médico pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia).
Sozinha, a escola não consegue resolver o problema, mas é normalmente nesse ambiente que se demonstram os primeiros sinais de um praticante de bullying. "A tendência é que ele seja assim por toda a vida, a menos que seja tratado", diz.


5. O espectador também participa do bullying?
Sim. O espectador é um personagem fundamental no bullying. É comum pensar que há apenas dois envolvidos no conflito: o autor e o alvo. Mas os especialistas alertam para um terceiro personagem responsável pela continuidade do conflito.
O espectador típico é uma testemunha dos fatos, pois não sai em defesa da vítima nem se junta aos autores. Quando recebe uma mensagem, não repassa. Essa atitude passiva pode ocorrer por medo de também ser alvo de ataques ou por falta de iniciativa para tomar partido.
Os que atuam como plateia ativa ou como torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo também são considerados espectadores. Eles retransmitem imagens ou fofocas. Geralmente, estão acostumados com a prática, encarando-a como natural dentro do ambiente escolar. ''O espectador se fecha aos relacionamentos, se exclui porque ele acha que pode sofrer também no futuro.
Se for pela internet, por exemplo, ele ‘apenas’ repassa a informação. Mas isso o torna um coautor'', explica a pesquisadora Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz.

6. Como identificar o alvo do bullying?
O alvo costuma ser uma criança com baixa autoestima e retraída tanto na escola quanto no lar. ''Por essas características, é difícil esse jovem conseguir reagir'', afirma o pediatra Lauro Monteiro Filho. Aí é que entra a questão da repetição no bullying, pois se o aluno procura ajuda, a tendência é que a provocação cesse.
Além dos traços psicológicos, os alvos desse tipo de violência costumam apresentar particularidades físicas. As agressões podem ainda abordar aspectos culturais, étnicos e religiosos.
"Também pode ocorrer com um novato ou com uma menina bonita, que acaba sendo perseguida pelas colegas", exemplifica Guilherme Schelb, procurador da República e autor do livro Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil.

7. Quais são as consequências para o aluno que é alvo de bullying?
O aluno que sofre bullying, principalmente quando não pede ajuda, enfrenta medo e vergonha de ir à escola. Pode querer abandonar os estudos, não se achar bom para integrar o grupo e apresentar baixo rendimento.
Uma pesquisa da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia) revela que 41,6% das vítimas nunca procuraram ajuda ou falaram sobre o problema, nem mesmo com os colegas.
As vítimas chegam a concordar com a agressão, de acordo com Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinhas (Unicamp). O discurso deles segue no seguinte sentido: "Se sou gorda, por que vou dizer o contrário?"
Aqueles que conseguem reagir podem alternar momentos de ansiedade e agressividade. Para mostrar que não são covardes ou quando percebem que seus agressores ficaram impunes, os alvos podem escolher outras pessoas mais indefesas e passam a provocá-las, tornando-se alvo e agressor ao mesmo tempo.

8. O que é pior: o bullying com agressão física ou o bullying com agressão moral?
As consequências imediatas e facilmente visíveis, a violência física muitas vezes é considerada mais grave do que um xingamento ou uma fofoca.
''A dificuldade que a escola encontra é justamente porque o professor também vê uma blusa rasgada ou um material furtado como algo concreto. Não percebe que a uma exclusão, por exemplo, é tão dolorida quanto ou até mais'', explica Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Os jovens também podem repetir esse mesmo raciocínio e a escola deve permanecer alerta aos comportamentos moralmente abusivos.
 
9. Existe diferença entre o bullying praticado por meninos e por meninas?

De modo geral, sim. As ações dos meninos são mais expansivas e agressivas, portanto, mais fáceis de identificar. Eles chutam, gritam, empurram, batem.
Já no universo feminino o problema se apresenta de forma mais velada. As manifestações entre elas podem ser fofocas, boatos, olhares, sussurros, exclusão. "As garotas raramente dizem por que fazem isso. Quem sofre não sabe o motivo e se sente culpada", explica a pesquisadora norte-americana Rachel Simmons, especialista em bullying feminino.
Ela conta que as meninas agem dessa maneira porque a expectativa da sociedade é de que sejam boazinhas, dóceis e sempre passivas. Para demonstrar qualquer sentimento contrário, elas utilizam meios mais discretos, mas não menos prejudiciais. "É preciso reconhecer que as garotas também sentem raiva. A agressividade é natural no ser humano, mas elas são forçadas a encontrar outros meios - além dos físicos - para se expressar", diz Rachel.

10. O que fazer em sala de aula quando se identifica um caso de bullying?
Ao surgir uma situação em sala, a intervenção deve ser imediata. "Se algo ocorre e o professor se omite ou até mesmo dá uma risadinha por causa de uma piada ou de um comentário, vai pelo caminho errado. Ele deve ser o primeiro a mostrar respeito e dar o exemplo", diz Aramis Lopes Neto, presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria.
O professor pode identificar os atores do bullying: autores, espectadores e alvos. Claro que existem as brincadeiras entre colegas no ambiente escolar. Mas é necessário distinguir o limiar entre uma piada aceitável e uma agressão. "Isso não é tão difícil como parece. Basta que o professor se coloque no lugar da vítima. O apelido é engraçado? Mas como eu me sentiria se fosse chamado assim?", orienta o pediatra Lauro Monteiro Filho.
Veja os conselhos dos especialistas Cléo Fante e José Augusto Pedra, autores do livro Bullying Escolar:
- Incentivar a solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças por meio de conversas, campanhas de incentivo à paz e à tolerância, trabalhos didáticos, como atividades de cooperação e interpretação de diferentes papéis em um conflito;
- Desenvolver em sala de aula um ambiente favorável à comunicação entre alunos;
- Quando um estudante reclamar de algo ou denunciar o bullying, procurar imediatamente a direção da escola.

11. Qual o papel do professor em conflitos fora da sala de aula?
O professor é um exemplo fundamental de pessoa que não resolve conflitos com a violência. Não adianta, porém, pensar que o bullying só é problema dos educadores quando ocorre do portão para dentro. É papel da escola construir uma comunidade na qual todas as relações são respeitosas.
''Deve-se conscientizar os pais e os alunos sobre os efeitos das agressões fora do ambiente escolar, como na internet, por exemplo'', explica Adriana Ramos, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do curso de pós-graduação ''As relações interpessoais na escola e a construção da autonomia moral'', da Universidade de Franca (Unifran).
''A intervenção da escola também precisa chegar ao espectador, o agente que aplaude a ação do autor é fundamental para a ocorrência da agressão'', complementa a especialista.

12. O professor também é alvo de bullying?
Conceitualmente, não, pois, para ser considerada bullying, é necessário que a violência ocorra entre pares, como colegas de classe ou de trabalho. O professor pode, então, sofrer outros tipos de agressão, como injúria ou difamação ou até física, por parte de um ou mais alunos.
Mesmo não sendo entendida como bullying, trata-se de uma situação que exige a reflexão sobre o convívio entre membros da comunidade escolar. Quando as agressões ocorrem, o problema está na escola como um todo. Em uma reunião com todos os educadores, pode-se descobrir se a violência está acontecendo com outras pessoas da equipe para intervir e restabelecer as noções de respeito.
Se for uma questão pontual, com um professor apenas, é necessário refletir sobre a relação entre o docente e o aluno ou a classe. ''O jovem que faz esse tipo de coisa normalmente quer expor uma relação com o professor que não está bem. Existem comunidades na internet, por exemplo, que homenageiam os docentes. Então, se o aluno se sente respeitado pelo professor, qual o motivo de agredi-lo?'', questiona Adriana Ramos, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do curso de pós-graduação "As relações interpessoais na escola e a construção da autonomia moral", da Universidade de Franca (Unifran).
O professor é uma autoridade na sala de aula, mas essa autoridade só é legitimada com o reconhecimento dos alunos em uma relação de respeito mútua. ''O jovem está em processo de formação e o educador é o adulto do conflito e precisa reagir com dignidade'', afirma Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Unicamp.


13. O que fazer para evitar o bullying?
A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia) sugere as seguintes atitudes para um ambiente saudável na escola:
- Conversar com os alunos e escutar atentamente reclamações ou sugestões;
- Estimular os estudantes a informar os casos;
- Reconhecer e valorizar as atitudes da garotada no combate ao problema;
- Criar com os estudantes regras de disciplina para a classe em coerência com o regimento escolar;
- Estimular lideranças positivas entre os alunos, prevenindo futuros casos;
- Interferir diretamente nos grupos, o quanto antes, para quebrar a dinâmica do bullying.
Todo ambiente escolar pode apresentar esse problema. "A escola que afirma não ter bullying ou não sabe o que é ou está negando sua existência", diz o pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia). O primeiro passo é admitir que a escola é um local passível de bullying. Deve-se também informar professores e alunos sobre o que é o problema e deixar claro que o estabelecimento não admitirá a prática.
"A escola não deve ser apenas um local de ensino formal, mas também de formação cidadã, de direitos e deveres, amizade, cooperação e solidariedade. Agir contra o bullying é uma forma barata e eficiente de diminuir a violência entre estudantes e na sociedade", afirma o pediatra.

14. Como agir com os alunos envolvidos em um caso de bullying?
O foco deve se voltar para a recuperação de valores essenciais, como o respeito pelo que o alvo sentiu ao sofrer a violência. A escola não pode legitimar a atuação do autor da agressão nem humilhá-lo ou puni-lo com medidas não relacionadas ao mal causado, como proibi-lo de frequentar o intervalo.
Já o alvo precisa ter a autoestima fortalecida e sentir que está em um lugar seguro para falar sobre o ocorrido. "Às vezes, quando o aluno resolve conversar, não recebe a atenção necessária, pois a escola não acha o problema grave e deixa passar", alerta Aramis Lopes, presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Ainda é preciso conscientizar o espectador do bullying, que endossa a ação do autor. ''Trazer para a aula situações hipotéticas, como realizar atividades com trocas de papéis, são ações que ajudam a conscientizar toda a turma.
A exibição de filmes que retratam o bullying, como ''As melhores coisas do mundo'' (Brasil, 2010), da cineasta Laís Bodanzky, também ajudam no trabalho. A partir do momento em que a escola fala com quem assiste à violência, ele para de aplaudir e o autor perde sua fama'', explica Adriana Ramos, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do curso de pós-graduação ''As relações interpessoais na escola e a construção da autonomia moral'', da Universidade de Franca (Unifran).

15. Como lidar com o bullying contra alunos com deficiência?
Conversar abertamente sobre a deficiência é uma ação que deve ser cotidiana na escola. O bullying contra esse público costuma ser estimulado pela falta de conhecimento sobre as deficiências, sejam elas físicas ou intelectuais, e, em boa parte, pelo preconceito trazido de casa.
De acordo com a psicóloga Sônia Casarin, diretora do S.O.S. Down - Serviço de Orientação sobre Síndrome de Down, em São Paulo, é normal os alunos reagirem negativamente diante de uma situação desconhecida. Cabe ao educador estabelecer limites para essas reações e buscar erradicá-las não pela imposição, mas por meio da conscientização e do esclarecimento.
Não se trata de estabelecer vítimas e culpados quando o assunto é o bullying. Isso só reforça uma situação polarizada e não ajuda em nada a resolução dos conflitos. Melhor do que apenas culpar um aluno e vitimar o outro é desatar os nós da tensão por meio do diálogo. A violência começa em tirar do aluno com deficiência o direito de ser um participante do processo de aprendizagem. É tarefa dos educadores oferecer um ambiente propício para que todos, especialmente os que têm deficiência, se desenvolvam. Com respeito e harmonia.
16. Como deve ser uma conversa com os pais dos alunos envolvidos no bullying?
É preciso mediar a conversa e evitar o tom de acusação de ambos os lados. Esse tipo de abordagem não mostra como o outro se sente ao sofrer bullying. Deve ser sinalizado aos pais que alguns comentários simples, que julgam inofensivos e divertidos, são carregados de ideias preconceituosas.
''O ideal é que a questão da reparação da violência passe por um acordo conjunto entre os envolvidos, no qual todos consigam enxergar em que ponto o alvo foi agredido para, assim, restaurar a relação de respeito'' explica Telma Vinha, professora do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Muitas vezes, a escola trata de forma inadequada os casos relatados por pais e alunos, responsabilizando a família pelo problema. É papel dos educadores sempre dialogar com os pais sobre os conflitos - seja o filho alvo ou autor do bullying, pois ambos precisam de ajuda e apoio psicológico.

17. O que fazer em casos extremos de bullying?
A primeira ação deve ser mostrar aos envolvidos que a escola não tolera determinado tipo de conduta e por quê. Nesse encontro, deve-se abordar a questão da tolerância ao diferente e do respeito por todos, inclusive com os pais dos alunos envolvidos.
Mais agressões ou ações impulsivas entre os envolvidos podem ser evitadas com espaços para diálogo. Uma conversa individual com cada um funciona como um desabafo e é função do educador mostrar que ninguém está desamparado.
''Os alunos e os pais têm a sensação de impotência e a escola não pode deixá-los abandonados. É mais fácil responsabilizar a família, mas isso não contribui para a resolução de um conflito'', diz Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A especialista também aponta que a conversa em conjunto, com todos os envolvidos, não pode ser feita em tom de acusação. ''Deve-se pensar em maneiras de mostrar como o alvo do bullying se sente com a agressão e chegar a um acordo em conjunto. E, depois de alguns dias, vale perguntar novamente como está a relação entre os envolvidos'', explica Telma.
É também essencial que o trabalho de conscientização seja feito também com os espectadores do bullying, aqueles que endossam a agressão e os que a assistem passivamente. Sem que a plateia entenda quão nociva a violência pode ser, ela se repetirá em outras ocasiões.

18. Bullying na Educação Infantil. É possível?
Sim, se houver a intenção de ferir ou humilhar o colega repetidas vezes. Entre as crianças menores, é comum que as brigas estejam relacionadas às disputas de território, de posse ou de atenção - o que não caracteriza o bullying. No entanto, por exemplo, se uma criança apresentar alguma particularidade, como não conseguir segurar o xixi, e os colegas a segregarem por isso ou darem apelidos para ofendê-la constantemente, trata-se de um caso de bullying.
"Há estudos na Psicologia que afirmam que, por volta dos dois anos de idade, há uma primeira tomada de consciência de 'quem eu sou', separada de outros objetos, como a mãe.
E perto dos 3 anos, as crianças começam a se identificar como um indivíduo diferente do outro, sendo possível que uma criança seja alvo ou vítima de bullying. Essa conduta, porém, será mais frequentes num momento em que houver uma maior relação entre pares, mais cotidiana e estabelecida com os outros'', explica Adriana Ramos, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do curso de pós-graduação As relações interpessoais na escola e a construção da autonomia moral", da Universidade de Franca (Unifran).

19. Quais são as especificidades para lidar com o bullying na Educação Infantil?
Para evitar o bullying, é preciso que a escola valide os princípios de respeito desde cedo. É comum que as crianças menores briguem com o argumento de não gostar uns dos outros, mas o educador precisa apontar que todos devem ser respeitados, independentemente de se dar bem ou não com uma pessoa, para que essa ideia não persista durante o desenvolvimento da criança.
Quando o bullying ocorre entre os pequenos, o educador deve ajudar o alvo da agressão a lidar com a dor trazida pelo conflito. A indignação faz com que a criança tenha alguma reação. ''Muitas vezes, o professor, em vez de mostrar como resolver a briga com uma conversa, incentiva a paz sem o senso de injustiça, pois o submisso não dá trabalho'', ressalta Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

20. O que é bullying virtual ou cyberbullying?
É o bullying que ocorre em meios eletrônicos, com mensagens difamatórias ou ameaçadoras circulando por e-mails, sites, blogs (os diários virtuais), redes sociais e celulares. É quase uma extensão do que dizem e fazem na escola, mas com o agravante de que as pessoas envolvidas não estão cara a cara.
Dessa forma, o anonimato pode aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças e os efeitos podem ser tão graves ou piores. "O autor, assim como o alvo, tem dificuldade de sair de seu papel e retomar valores esquecidos ou formar novos", explica Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinhas (Unicamp).
Esse tormento que a agressão pela internet faz com que a criança ou o adolescente humilhado não se sinta mais seguro em lugar algum, em momento algum. Marcelo Coutinho, especialista no tema e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que esses estudantes não percebem as armadilhas dos relacionamentos digitais. "Para eles, é tudo real, como se fosse do jeito tradicional, tanto para fazer amigos como para comprar, aprender ou combinar um passeio."

21. Como lidar com o cyberbullying?
Mesmo virtual, o cyberbulling precisa receber o mesmo cuidado preventivo do bullying e a dimensão dos seus efeitos deve sempre ser abordada para se evitar a agressão na internet. Trabalhar com a ideia de que nem sempre se consegue tirar do ar aquilo que foi para a rede dá à turma a noção de como as piadas ou as provocações não são inofensivas. ''O que chamam de brincadeira pode destruir a vida do outro. É também responsabilidade da escola abrir espaço para se discutir o fenômeno'', afirma Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Caso o bullying ocorra, é preciso deixar evidente para crianças e adolescentes que eles podem confiar nos adultos que os cercam para contar sobre os casos sem medo de represálias, como a proibição de redes sociais ou celulares, uma vez que terão a certeza de que vão encontrar ajuda. ''Mas, muitas vezes, as crianças não recorrem aos adultos porque acham que o problema só vai piorar com a intervenção punitiva'', explica a especialista.






Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/bullying-escola-494973.shtml


Postado por CEAM às 15:33



Lei 6.283/11 combate ao Bullying - Natal RN


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Lançamento de guia reúne autoridades da educação em Natal - 31 de julho


Ocorreu na manhã de hoje (31), no Centro Municipal de Referência em Educação, Natal, o lançamento do Guia Prático – Educação para a Cidadania. O lançamento contou com a presença de diversas autoridades, entre elas a profª Justina Iva, secretária municipal de educação da capital, profª Betania Ramalho, secretária estadual de educação, e de Cristovam Buarque, senador e ex-ministro da educação.

O guia conta com uma abordagem didática de temas como meio ambiente, trabalho, ética, sempre voltando seus eixos para a educação. Para uma das autoras do livro, a advogada e, atualmente, Chefe do Gabinete da Educação Estadual, Yraguacy Araújo, o livro serve de instrumento de aprendizado para pessoas ligadas ao ensino: “o guia é uma obra servirá para que as pessoas tenham um entendimento mais próximo do conhecimento jurídico, como temas que vão do direito constitucional, ambiental, trabalhista. Isso contribui na formação cidadã daqueles que tem um papel fundamental na sociedade, o docente.” O livro ainda conta com a autoria dos advogados Luiz Gomes e Rafaela Marques.

Prestigiando o lançamento do guia o senador Cristovam Buarque veio a Natal e, durante o evento de lançamento, realizou palestra onde defendeu que a educação deve ter um reconhecimento maior e ser tratada como uma prioridade, seja qual for o governo: “Temos em nossas mãos uma rica fonte de consulta e de aprendizado. Mas, assim como é a proposta do livro, temos que buscar ainda mais melhorar o que temos. Criei o Educacionismo, um movimento que busca unir ainda mais pessoas que, assim como eu, creem que ainda é possível reverter a situação educacional que temos.”




Uma educação integral, salários compatíveis, docentes qualificados, ensino básico priorizado e a criação de um plano de carreira e cargo para um magistério nacional, esses foram os temas e propostas que o senador Cristovam Buarque citou em sua fala: “tenho a certeza de que é possível fazer tudo o que é necessário para uma educação digna e de qualidade. Basta que se der a educação o destaque, investimento e respeito para a grande reforma que o Brasil necessita.”

A Secretaria de Educação do RN esteve presente no lançamento do livro através dos chefes da ATP, COMPS, Fundo Estadual de Educação, Educação de Jovens e Adutos, Gabinete e Imprensa.